O Brasil recebe, de 25 a 27
de abril próximo, um dos mais importantes fóruns mundiais de discussões sobre a
inclusão escolar de jovens e adultos. Trata-se da Conferência Internacional de
Educação de Adultos (Confintea Brasil +6) que conta com a participação de
movimentos sociais e especialistas, além de gestores e instituições ligados à
educação dessa parcela da população na África, América Latina, Ásia e Europa.
O Ministério da Educação do
Brasil é um dos protagonistas da Confintea Brasil +6 e apresentará a política
brasileira da educação de jovens e adultos ao longo da vida. “É fundamental que
o poder público, nas diferentes esferas e sociedade civil, somem esforços para
combater a evasão e trazer para a escola aqueles jovens que hoje estão fora
dela”, destaca o ministro Aloizio Mercadante.
Atualmente, no Brasil, 84,3%
dos jovens de 15 a 17 anos estão matriculados na escola. “Nosso desafio é que
100% destes estejam matriculados até o final deste ano”, observa Mercadante. No
ano passado, a estimativa de analfabetos no mundo era de 781 milhões de
pessoas.
O ministro destaca que para
enfrentar o desafio da inclusão escolar de jovens e adultos é fundamental
tornar a escola pública mais atraente ao aluno, permitindo que esse estudante
comece a trilhar a sua inserção profissional e social por meio dela. “Por esse
motivo precisamos combinar melhor os esforços dos programas Mais Educação,
Pronatec e os recursos da educação digital”, avalia.
As discussões brasileiras
sobre o programa de educação de jovens e adultos (EJA) trilham esse caminho.
Durante a Confintea Brasil +6, o secretário de Educação Continuada, Alfabetização,
Diversidade e Inclusão do MEC, Paulo Gabriel Nacif, falará sobre a revisão da
EJA em relação com o mundo do trabalho.
Segundo Paulo Gabriel, a
perspectiva é que 25% das vagas oferecidas na EJA tenham vínculo direto com a
educação profissional. “Esse é nosso foco e o grande estímulo para que as
pessoas voltem à sala de aula”, defende.
A relação entre a EJA e a
educação profissional está prevista na meta 10 do Plano Nacional de Educação
(PNE): oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos,
nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.
A implementação da EJA no
Brasil é realizada por estados e municípios. Ao governo federal cabe
estabelecer as grandes diretrizes. A consulta pública construção da Base
Nacional Comum Curricular (BNC) tem sido um dos caminhos que o MEC tem trilhado
para essa construção conjunta.
Pátria do educador Paulo
Freire, referência mundial em educação, principalmente na alfabetização de
adultos, o Brasil foi o primeiro país do hemisfério sul a sediar uma Confintea.
Junto aos fóruns estaduais de educação de jovens e adultos, mobilizou milhares
de pessoas em encontros estaduais, regionais e nacional para discutir o tema no
país, na busca de uma educação mais inclusiva e equitativa.
Fonte: MEC
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