A proporção de ingressantes com perfil de baixa renda familiar na UFMG
em 2016, após a integralização da Lei de Cotas, foi de 53%, pouco maior que o
percentual verificado em 2012 (48%), último ano em que vigoraram os bônus para
egressos de escola pública, com adicional para os que se autodeclarassem pretos
ou pardos.
Há,
porém, uma distinção fundamental na composição do corpo discente, de acordo com
o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi.
“Com as cotas, ocorreu uma equalização, de tal maneira que hoje todos os cursos
têm proporção parecida desses estudantes, que até 2012 se concentravam em
algumas áreas, enquanto outras eram mais elitizadas. Isso faz uma grande
diferença do ponto de vista da inclusão”, observa.
No mesmo período, aumentou de 49% para 56% a presença de estudantes que
cursaram ensino médio na rede pública, como demonstra relatório elaborado pelo
setor de estatística da Pró-reitoria de Graduação (Prograd). O mesmo estudo
revela que, pela primeira vez, um terço dos alunos matriculados nos cursos de
graduação concluíram ensino médio fora da Região Metropolitana de Belo
Horizonte – 21% são oriundos do interior de Minas e 9,6% de outros estados.
A ampliação da base geográfica não foi o único reflexo da adesão da UFMG
ao Sistema de Seleção Unificada (Sisu). Ao elevar a concorrência pelas vagas,
recebendo candidatos de todo o país, o Sisu produziu efeito regressivo na
inclusão socioeconômica, causando inicialmente a redução do percentual de
estudantes de baixa renda, de 48% em 2012 para 42% em 2014, o que foi
gradualmente corrigido com a elevação do percentual de vagas reservadas para as
cotas.
Outras mudanças, vividas pela Universidade nos últimos anos, também
contribuíram para alterar o perfil dos alunos de graduação. O Programa de
Bônus, que vigorou de 2008 a 2012, elevou o percentual de egressos de escola
pública, que em 2009 já eram 45%, frente aos 31% de 2007.
Além disso, o Vestibular foi substituído em 2014 pela nota do Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem), que se tornou critério único de seleção para a
maior parte dos cursos de graduação – com exceção dos cursos que exigem provas
de habilidades específicas.
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Fonte (imagem e texto): UFMG
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