Na data em que se comemora o aniversário de nascimento de Lima Barreto, prestamos nossas homenagens com um fragmento do texto “Maio”. Nele, Lima Barreto reporta ao que ocorria no Brasil e no exterior desde nossa abolição da escravatura, cujo treze de maio de 1888 coincidiu com o sétimo aniversário do escritor.
Oh!
O tempo! O inflexível tempo, que como o Amor, é também irmão da Morte, vai
ceifando aspirações, tirando presunções, trazendo desalentos, e só nos deixa na
alma essa saudade do passado às vezes composta de coisas fúteis, cujo
relembrar, porém, traz sempre prazer.
Quanta
ambição ele não mata! Primeiro são os sonhos de posição: com os dias e as horas
e, a pouco e pouco, a gente vai descendo de ministro a amanuense; depois são os
do Amor – oh! como se desce nesses! Os de saber, de erudição, vão caindo até ficarem
reduzidos ao bondoso Larousse. Viagens... Oh! As viagens! Ficamos a fazê-las
nos nossos pobres quartos, com auxílio do Baedecker e outros livros complacentes.
(...)
(...)
Lima Barreto
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