Gabriel Maia Salgado (SC)
Com o objetivo de complementar os índices da
Avaliação Nacional da Alfabetização (ANA), prova aplicada anualmente a crianças
do 3º ano do ensino fundamental, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (Inep) passará a divulgar os resultados a partir
de níveis de aprendizado e de dados que apresentem o contexto em que os alunos
estão inseridos.
Além de a escola passar a receber a avaliação de 1
a 5 quanto ao nível satisfatório ou não do aprendizado de seus estudantes (com
a explicitação do que é ou não esperado para os alunos da respectiva faixa
etária), os indicadores contextuais devem evidenciar, também, informações
socioeconômicas dos alunos e a formação de seus docentes.
Segundo o presidente do Inep, Chico Soares, a
alteração tem o objetivo de garantir uma “educação concretizada”, com a
trajetória de ensino regular atrelada a um aprendizado de qualidade. “Na ANA
pudemos optar por uma forma de comunicar que seja de viés e fundo pedagógico.
Um grande avanço neste sentido é o esforço que esperamos que chegue às outras
avaliações que é o da contextualização”, afirmou. E complementou: “analisando
as informações dos questionários da ANA, podemos descrever o perfil dos alunos
que estão nas escolas. E, para os que não participam das avaliações, nós temos
as informações disponíveis por meio do Programa Bolsa Família e da Prova
Brasil.
O Programa Bolsa Família disponibiliza, entre
outras informações, dados socioeconômico dos alunos. “Com esta informação,
podemos identificar melhor quem está dentro da escola e, desta forma, 'comparar
as escolas comparáveis'. Nós estamos fazendo um esforço grande para mudar a
ideia de reduzir a avaliação a uma única informação”, explicou Chico. Já a
Prova Brasil aponta a formação de seus professores.
Combate às desigualdades
Em sua fala durante o 6º Fórum Nacional
Extraordinário da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(Undime), na última terça-feira (27/05), o presidente do INEP destacou que é
necessário reconhecer a diferença entre as pessoas, mas combater as
desigualdades dentro de “patamares eticamente aceitáveis”. “Para muitos
municípios está na hora de trazer a discussão sobre desigualdades para o centro
do debate educacional”, defendeu.
Para avaliar a real desigualdade entre as escolas,
Chico defende a necessidade de se considerar índices como o nível
socioeconômico dos alunos, a infraestrutura da escola e sua dificuldade de
gestão (por possuir uma grande quantidade de alunos, por exemplo). “Nós temos
que trazer à tona a questão da desigualdade e ela tem que ser tão importante
quanto a excelência ou não do ensino”, defendeu o presidente. E reforçou: “duas
categorias são fundamentais para garantia do direito à educação: a excelência e
a equidade”.
Fonte: Observatório da Educação
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