Um
estudo citado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), com 121
trabalhadores resgatados de quatro estados, principalmente Pará e Mato Grosso,
mostrou que a maioria deles se desloca constantemente e apenas 25% residem no
estado de nascimento.
Quase
todos começaram a trabalhar antes dos 16 anos e mais de um terço, antes dos 11
anos, em geral para ajudar os pais nas fazendas.
Do
total de entrevistados, 40% foram recrutados por meio de amigo ou conhecido e
27%, por meio de agente de recrutamento, o chamado “gato”, ou diretamente na
fazenda.
Dados
da ONG Repórter Brasil informam que 95,5% das pessoas que trabalham em regime
semelhante ao da escravidão são homens. Do total, 40,1% são analfabetos. Apenas
27,9% chegaram a cursar os primeiros anos do ensino fundamental, sem, no
entanto, completarem o quinto ano (antiga quarta série). Outros 21,2%
prosseguiram os estudos, mas sem concluírem o ensino fundamental.
A
maioria dos trabalhadores (63%) estava entre os 18 e 34 anos no momento do
resgate, idade em que teriam, em tese, completado os ensinos fundamental e
médio.
Mas é
também nessa idade que estão no auge do vigor físico, capazes de executar
tarefas pesadas e extenuantes.
Outro
dado que chama a atenção é o uso de adolescentes no trabalho nas fazendas, ainda
que perfaçam apenas 2,5% do contingente de resgatados.
As
poucas mulheres encontradas pelos fiscais em geral trabalhavam como cozinheiras
ou eram esposas de trabalhadores, muitas acompanhadas de crianças, que já
ajudavam nas tarefas domésticas.
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