PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

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terça-feira, 27 de outubro de 2015

Ensinar é missão para moradora de comunidade quilombola na Bahia



Moradora do Quilombo Jiboia, no município baiano de Antonio Gonçalves (11 mil habitantes), a professora Jailde Lima da Silva tem a oportunidade de lecionar na Escola Municipal Araguacy Gonçalves, na própria comunidade. “Sou filha deste quilombo”, diz. “Eu me sinto feliz e realizada como professora de uma comunidade que retrata minha identidade.”

Para Jailde, ser professora, além de vocação, é missão. “Ensinar aos filhos de minha terra é um compromisso com meu povo, que teve seus direitos negados ao longo de suas vidas”, diz. “Sinto na pele o que é ser filha de pais analfabetos, que não tiveram a oportunidade de frequentar uma escola, não por escolha, mas por ter esse direito negado durante muitos anos.”

Além da escola Araguacy Gonçalves, que tem 85 alunos matriculados no ensino fundamental e na educação de jovens e adultos e 32 no Projovem Campo – Saberes da Terra, o quilombo conta com a Escolinha Chapeuzinho Vermelho e uma extensão do Centro Territorial Piemonte Norte do Itapicuru (Cetep), que oferece cursos profissionalizantes. O Projovem Campo é um programa nacional de fortalecimento e ampliação do acesso e da permanência de estudantes no sistema formal de ensino. São atendidos, basicamente, jovens agricultores familiares na faixa etária de 18 a 29 anos.

De acordo com a professora, a escola quilombola inclui em sua proposta político-pedagógica a valorização da cultura local, o que a torna diferente. “Ela trabalha de fato com a identidade do povo quilombola, respeita a cultura, a religiosidade, os saberes e fazeres da comunidade, e não trata as relações étnicas e raciais como folclore, apenas nas datas comemorativas”, analisa.

Oportunidades — Segundo Jailde, é possível perceber um avanço significativo na comunidade. “A educação abriu vários caminhos e oportunidades; eu sou prova real dessa mudança”, afirma a professora, que tem graduação em pedagogia e especialização em gestão escolar. “Quatro filhos da comunidade conseguiram cursar uma faculdade, passar em um concurso público e ser efetivados”, diz. “Ainda é muito pouco, mas são conquistas que minha mãe não teve.”

As oportunidades de acesso à escola, abertas atualmente a crianças e jovens, são destacadas pela professora baiana. Ela cita itens como o transporte escolar e o livro didático, oferecidos gratuitamente pelo Ministério da Educação. “Na minha infância, não havia escola; eu frequentava uma casa de família, onde eram reunidas crianças com idade acima de oito anos para serem alfabetizadas”, relembra. Como a professora era sua madrinha, ele pôde participar desses encontros a partir dos dois anos, acompanhando os irmãos. “Meus pais trabalhavam na roça, e não tinha quem cuidasse de mim”, revela. O resultado é que Jailde conseguiu se alfabetizar aos cinco anos. Há 15 anos no magistério, ela leciona as disciplinas de história, geografia, sociologia e filosofia para estudantes do Projovem Campo. (Fátima Schenini)

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Plano Nacional de Educação: Linha de Base

http://pt.slideshare.net/LinTrab/plano-nacional-de-educao-pne-20142015-linha-de-base
Indicadores selecionados pelo Ministério da Educação e pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) estão reunidos no trabalho Plano Nacional de Educação 2014-2024: Linha de Base, que está no ar, desde quarta-feira, 30 de setembro, na internet. O documento reúne dados adequados ao acompanhamento do PNE.

A linha de base atende ao que estabelece o artigo 5º da Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014 [Lei do PNE], parágrafo 2º, que atribui ao Inep o papel de realizar estudos para aferir a evolução das metas do plano. O documento consiste em análise descritiva de séries históricas de 36 indicadores.

Os dados analisados servem como referência para a observação de fatores como desigualdades regionais, raça e cor, renda e sexo, além de diferenças educacionais entre as áreas rural e urbana. “O trabalho subsidia a tomada de decisões institucionais”, diz o presidente do Inep, Chico Soares. “São indicadores que nos permitem verificar que grande parte das desigualdades persiste, mas vêm diminuindo.”

O objetivo do documento é subsidiar instâncias de controle, como as comissões de educação da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, além do Conselho Nacional de Educação (CNE) e do Fórum Nacional de Educação, formado por instituições da sociedade civil. Para o MEC, o estudo sinaliza a tendência durante o período de vigência do Plano (2014-2024) e sugere onde atuar de forma mais específica e incisiva com vistas à próxima década.

A publicação também serve como referência para estados e municípios na elaboração dos respectivos planos de educação.
Fonte: MEC

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

UFMG - Curso de elaboração de projetos culturais recebe inscrições até início de novembro


O curso Elaboração de Projetos Culturais, que será ministrado nos dias 4 e 5 de dezembro na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, tem matrículas abertas até o dia 2 de novembro, no site da Fundep. Também é possível se matricular presencialmente, no posto de atendimento da Fundep na Praça de Serviços. O atendimento é feito das 8h às 17h, nos dias úteis.
Constituído de discussões teóricas e atividades práticas, o curso vai abordar, em 12 horas-aula, aspectos como planejamento executivo, incentivo fiscal e orçamentos. O professor será Daniel Perini, consultor de projetos sociais e culturais pós-graduado pela UFMG em Elaboração, Gestão e Avaliação de Projetos Sociais.
Fonte: UFMG

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Seminário organizado pela Universidade de Pequim destaca obras literárias brasileiras



Texto de Rafael Gonçalves de Lima e Renato Lu

A faculdade de línguas estrangeiras da Universidade de Pequim realizou no dia 28 de setembro, o seminário “Paisagens, Regiões e Literatura Nacional: diferenças de tempo e espaço na cultura brasileira”. O evento foi organizado pelo Núcleo da Cultura Brasileira da Universidade de Pequim, em conjunto com os departamentos de português e espanhol, e o Instituto de Literatura Mundial da mesma universidade.

Cerca de 100 pessoas estiveram presentes no seminário, em sua grande maioria alunos chineses de graduação em língua portuguesa das universidades de Pequim, Universidade de Comunicação da China e Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim, todas localizadas na capital chinesa.

O encontro contou com os palestrantes Prof. Francisco Foot Hardman, professor titular de literatura do Instituto de Estudos da Linguagem da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e a Prof.ª Min Xuefei, professora associada do departamento de português da Universidade de Pequim e tradutora de Clarice Lispector para o chinês. O Prof. Hu Xudong, muito conhecido na China pelo seu livro “Uma Paixão Casual no Brasil” (去他的巴西, em chinês), e vice-diretor do Núcleo da Cultura Brasileira da Universidade de Pequim, foi o moderador do evento acadêmico.

Em sua palestra, o professor Francisco Hardman afimou que o papel das universidades, para além de ser uma fonte de conhecimentos, deve servir de elo de amizade e paz entre as culturas. O professor brasileiro trouxe vários elementos da cultura, das artes e da literatura brasileira, citando autores e obras nacionais como “Tenda dos Milagres” de Jorge Amado, “Os Sertões” de Euclides da Cunha e “A Hora da Estrela” de Clarice Lispector. O professor brasileiro também fez referência ao “Monumento às Bandeiras” do escultor Victor Brecheret e ao filme “Serras da Desordem”, produzido pelo cineasta Andrea Tonacci em 2006.

Por sua vez, a Prof.ª Min Xuefei, que esteve no Brasil por três vezes, manifestou sua paixão pelo país e avaliou bem a palestra do Prof. Francisco Hardman. Ela pediu aos alunos de português que eles dediquem mais tempo à literatura brasileira, particularmente ao livro “Os Sertões”, que considera um clássico para se conhecer a literatura e cultura brasileiras.

Também estiveram presentes do evento Glaucia Zuniga, professora de língua portuguesa e cultura brasileira da Universidade de Pequim, Prof. Thomas Patrick Dwye, professor titular do programa de pós-graduação em sociologia da Unicamp e Lúcia Anderson, doutoranda no programa de ciências sociais da Unicamp e ex-funcionária a agência chinesa de notícias Xinhua.

O evento se soma a uma série de esforços feitos pela China para conhecer mais o Brasil e falar a sua língua, o português. Atualmente, cerca de 35 universidades chinesas oferecem cursos de língua portuguesa como bacharelado. Em termos literários, a China também tem avançado para conhecer mais e melhor o Brasil. Segundo um levantamento recente feito pelo Prof. José Medeiros da Silva, professor de português da Faculdade de Línguas Estrangeiras de Zhejiang, a China tem se esforçado desde longa data para permitir que os chineses tenham acesso à literatura brasileira, mostrando ao Diário do Povo um exemplar em chinês do livro “O Cavaleiro da Esperança” de Jorge Amado, publicado em língua chinesa em 1953, e “Os Sertões” de Euclides da Cunha, publicado na China em 1959.

Tanto a Universidade de Pequim, da China, como a Unicamp, do Brasil, são instituições de ensino superior de qualidade e de renome internacional. A Universidade de Pequim, por exemplo, já figura entre as 50 melhores universidades do mundo segundo a Times Higher Education World University Rankings.