PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

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segunda-feira, 29 de agosto de 2016

A guerra surge nos contextos em que as ideias passam a valer pouco’, alerta professor do King’s College London que estuda produção artística dos oficiais da FEB


O professor brasileiro Vinicius Mariano de Carvalho, do King's College London (Inglaterra) e da Universidade de Aarhus (Dinamarca), está na UFMG para uma série de atividades no âmbito do programa Cátedras Fundep/Ieat.
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Vinicius Mariano de Carvalho conversou com o Portal UFMG sobre a produção literária, musical e artística desses soldados. Para o professor – que, além de pesquisador, é regente de orquestra –, “transdisciplinaridade é abrir fissuras em discursos demasiadamente sólidos”.

Em meio às respostas sobre suas pesquisas, Vinicius alertou para certa similaridade entre o cenário contemporâneo e o que antecedeu a Segunda Guerra Mundial. “A polarização, a intolerância, os maniqueísmos conduzem à guerra, que é o destino de um caminho em que há a ausência de diálogo", afirma o professor.

Confira a seguir os principais trechos da entrevista.

Os brasileiros se alinharam aos Aliados na Segunda Guerra Mundial. Qual a real participação do Brasil nas frentes de combate?
A história da participação brasileira na Segunda Guerra Mundial é muito negligenciada. Costuma ser disseminada uma visão reducionista dessa participação, como se ela se limitasse a um pequeno grupo de soldados brasileiros que teria chegado já no fim do conflito. Na verdade, 25 mil soldados participaram. Eram pracinhas de todas as partes do Brasil. Houve a participação de um regimento inteiro de Minas Gerais, de índios do Mato Grosso do Sul, de gente da Amazônia, de descendentes de alemães do Rio Grande do Sul. Essa participação, se não era grande proporcionalmente ao que ocorria na Europa, era grande considerando o contexto brasileiro.

Que contribuição artística esses soldados deixaram? Qual é o significado dessa produção?
 Em diferentes partes do mundo, há estudos e referências sobre a produção artística dos soldados nas guerras – especialmente na Segunda Guerra Mundial, que, além de ter sido longa, envolveu muita gente. Em razão disso, em várias partes do mundo há livros de literatura produzidos por soldados, poesias da guerra, pinturas de artistas que foram para o campo de batalha e até mesmo músicas compostas durante o conflito, além de outras formas de arte. Eu nunca tinha visto isso ser tematicamente organizado em relação à participação brasileira. Conhecíamos as obras, mas faltava alguém se debruçar sobre essa produção em uma perspectiva temática, para estabelecer um panorama mais amplo de como os soldados brasileiros refletiram artisticamente a participação na Segunda Guerra. E é possível perceber que eles fizeram um tipo de arte que fala menos do país e mais do indivíduo – ou seja, uma arte sobre a experiência individual da guerra.
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A partir dessas análises, como o senhor entende a guerra? Como aproximá-las da realidade contemporânea, do século 21?
É poética e, ao mesmo tempo, ridícula – dramática – a ideia que Napoleão tinha de “artilharia”, que ele chamava de "último argumento dos reis”. Napoleão vai dizer isso no sentido de que, se você chega a optar por esse “último argumento”, é porque todos os canais de negociação se esgotaram. Nesse sentido, a experiência da guerra é a negação da possibilidade da negociação: é a solução não negociada para os conflitos, uma solução para a impossibilidade de diálogo. A guerra, em si, não é uma situação de maniqueísmo. Talvez o maniqueísmo conduza a ela. Vamos perceber essa relação se compararmos os problemas que o mundo vive atualmente com o contexto que antecede a Segunda Guerra Mundial. Antes da Segunda Guerra, tínhamos muitas imagens como essa, de uma intolerância gerada por uma incapacidade de autocrítica, uma tendência ao pensamento totalitário, que coloca “isso é a verdade” e “isso não é a verdade”. A polarização, a intolerância, os maniqueísmos conduzem à guerra, porque, pensando em uma linha reta, a solução final para a intolerância é a guerra: ela é o destino de um caminho em que há a ausência de diálogo. É nesse ponto que precisamos fazer um “combate preventivo”, digamos assim. A guerra surge nos contextos em que as ideias passam a valer muito pouco.
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Fonte: UFMG

CEFET-MG – Obra "Oficinas" passa por restauração



Não há quem passe pela Avenida Amazonas, em Belo Horizonte, e não perceba o trabalho artístico exposto nas paredes da entrada do prédio do campus I do CEFET-MG.  A peça de arte de mais de 50 anos de existência retrata, com riqueza de detalhes nos traços e beleza, o trabalho dos profissionais técnicos do CEFET-MG, que na época era Escola Técnica Federal de Minas Gerais, simbolizando os cursos ofertados.

São anos de resistência às intempéries e ação de vandalismo, porém a obra inspirada no renomado pintor Cândido Portinari sofreu alguns danos e se desgastou com o tempo, por isso está passando por uma restauração, sendo que a obra faz parte da história dos moradores do bairro Nova Suíça e de Belo Horizonte.

A pintura denominada “Oficinas” foi produzida em 1958, ano de inauguração da Instituição, passou por uma restauração em 1982 pelo professor de artes aposentado do CEFET-MG Bruno Lombardi. Novamente, ele será o responsável pela reforma e garante que os traços serão refeitos de forma fiel ao trabalho da época. “A gente procura manter a identidade e o mesmo movimento para ficar mais próximo da ideia original”, garante.

Mesmo não existindo nos arquivos da Instituição referências à obra e ao artista que a desenvolveu, em pesquisa realizada pelo professor, constatou-se que o autor é o artista plástico Luís Guimarães, que, apesar de ser anônimo na época, encantou o então presidente Juscelino Kubitschek pelos traços. Dessa forma, o painel foi encomendado por Juscelino para representar a educação na capital mineira e alguns cursos da recém-criada escola técnica.

O trabalho minucioso irá durar em torno de sete meses, incluindo recuperação de parte da alvenaria, desenvolvimento do desenho, cores de fundo e traços. “O painel faz parte de uma história que transcende a Instituição, fazendo, hoje, parte da paisagem de Belo Horizonte, daí a sua maior importância”, conclui.

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Fonte: CEFET-MG

quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Mestrado profissional em letras seleciona candidatos em âmbito nacional – 18 vagas estão reservadas para a UFMG



A Faculdade de Letras da UFMG está com inscrições abertas, até 19 de setembro, para o exame nacional de acesso ao mestrado profissional em letras. Elas devem ser feitas no site da Comperve, mediante pagamento de taxa de R$ 70.

O Profletras é um programa que tem o objetivo de capacitar profissionais de língua portuguesa para o exercício da docência no ensino fundamental e contribuir para a melhoria da qualidade do ensino no país. O curso é semipresencial, com oferta simultânea nacional, no âmbito do Sistema da Universidade Aberta do Brasil (UAB).

O edital prevê a oferta de 831 vagas nas universidades estaduais e federais de todo o país que integram a rede Profletras. Dezoito vagas foram disponibilizadas para a UFMG.

As provas serão realizadas no dia 23 de outubro, com questões objetivas e discursivas que vão verificar as habilidades de leitura e interpretação de texto do candidato.

Mais informações e o edital estão disponíveis no site da Comperve ou pelo e-mail comperve@comperve.ufrn.br.
Fonte: UFMG