PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

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quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Linguagem, Trabalho, Educação e Cultura – terceiro livro do LinTrab


http://150.164.100.248/vivavoz/data1/arquivos/Linguagemtrabalhoeducacaoecultura.pdf

Lançamos o terceiro livro produzido pelo Grupo de Estudos em Linguagem, Trabalho, Educação e Cultura (LinTrab). São estudados os discursos didático, histórico, jornalístico e literário, a partir de poemas, contos, crônicas, romances, peças teatrais, notícias jornalísticas, manuais didáticos e outros gêneros textuais. O livro é composto por artigos de integrantes do LinTrab e de pesquisadores convidados.

O livro foi organizado em duas partes. Na primeira, destacam--se estudos que relacionam linguagem, trabalho e educação. Diretamente relacionada com a primeira parte, a segunda trata de relações entre linguagem, trabalho e cultura.

Como as anteriores, trata-se de uma obra gratuita cuja versão digital pode ser baixada no link disponível neste blog.

Esperamos que nossos estudos contribuam para outras pesquisas acerca do trabalho e dos trabalhadores, tão relevantes na vida de qualquer sociedade.
 

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Os “cortes”



Lima Barreto
Correio da Noite 14-12-1914

Nos momentos em que a pátria fica a níqueis, a Câmara e o Senado, isto é, os senhores senadores e os senhores deputados, lembram-se logo de diminuir o número de funcionários públicos.

Não digo que se não possa fazê-lo; a tal respeito, não tenho opinião.

Diminuí-los ou não, mesmo que eu entre no corte, é para mim absolutamente indiferente.

Noto, porém, que as duas casas do Congresso não se lembram, de forma alguma, do que se passa nelas.

Toda a gente sabe que a Câmara e o Senado têm cada qual uma secretaria, um serviço de redação de debates, uma legião de auxiliares, de contínuos e serventes, e que esse cardume de empregados aumenta de ano para ano. Por que o Congresso não começa cortando nas respectivas secretarias, para dar o exemplo?

Nesse ponto não se toca, não se diz nada e os empregados do executivo são os mais culpados do déficit.

É uma verdadeira injustiça, tanto mais que os funcionários da Câmara e do Senado têm, quase sempre, além de bons ordenados legais, consideráveis gratificações, sob este ou aquele pretexto.

O povo diz que macaco não olha para o seu rabo; os parlamentares só olham para os dos outros.

Não se lembram que, de quando em quando, vão criando lugares nas suas secretarias, absolutamente desnecessários, tão-somente para atender a impulsos de coração.

Homo sum...

Certamente os senhores devem saber que, antigamente, os atuais diretores de secretarias eram chamados oficiais-maiores.
Pois bem: a Câmara tem na sua secretaria um diretor, um vice-diretor ou dois, e um oficial-maior.

Não é fácil mostrar assim o rol de empregados em duplicata ou triplicata que há por lá. Os regulamentos não falam claro; é preciso combiná-los com indicações, com autorizações camarárias e é trabalho que sempre reputei e reputo enfadonho.

O Diário Oficial foi feito para não ser lido e o Congresso não tem mais direitos a melhores atenções.

A observação aí fica, e, enquanto ela quiser imitar qualquer das famosas “secretarias da comissão tal” legisladores extraconstitucionais e sobremodo empertigados nas suas funções, penso, dizia, que os abnegados pais da pátria devem meditar sobre o fato (sic).

Não é só o poder executivo o grande plantador de sinecuras; o legislativo colabora na plantação, na colheita; e na sua própria seara faz das suas.

Cá e lá, más fadas há; e não é a última vez que o torto ri-se do aleijado.