PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

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quinta-feira, 26 de maio de 2016

Pesquisa da FaE/UFMG analisa impacto da linguagem dos quadrinhos na fixação de conceitos científicos


Engajar os alunos na leitura sobre ciências é um desafio para professores dos primeiros anos escolares. Por outro lado, crianças e adolescentes costumam apreciar e dedicar seu tempo à leitura de gêneros lúdicos como as histórias em quadrinhos (HQs). Com base nessas impressões, a educadora Adriana Araújo Dutra Rodrigues, da Faculdade de Educação (FaE), desenvolveu estudo sobre a viabilidade de ensinar ciência lançando mão de HQs na sala de aula em lugar dos textos científicos convencionais.

"Procurei averiguar se a HQ predispõe o aluno ao aprendizado e se sua linguagem permeia o ensino a ponto de ser relembrada mais tarde, em contexto avaliativo", afirma a autora da dissertação O impacto da linguagem dos quadrinhos no ensino de ciências, defendida no Programa de Pós-graduação em Educação da FaE.

Uma turma de primeiro ano do ensino médio, da qual Adriana havia sido professora em 2014, foi escolhida para participar da investigação. Produzida pela própria pesquisadora, uma HQ que trata do conceito de densidade foi usada no trabalho, que se deu em três momentos e foi registrado em vídeo. ­Conforme o enredo da HQ em questão, a mensuração da densidade foi necessária para identificar o material de que um objeto é feito.

"A princípio, os alunos leram a HQ, foram convidados a recontá-la e a resolver uma situação-problema nela inspirada. Três semanas depois, foi aplicada uma avaliação escrita e, passados mais dois meses, foi feita uma atividade de revisão da prova", descreve Adriana.

De acordo com a autora, a solução presente na HQ foi aludida pelos alunos em diferentes momentos da investigação. "Ficou visível que os estudantes recorreram a elementos da história carregados de valor sentimental e deles se lembraram em aulas subsequentes. Esses elementos eram justamente aqueles que ajudariam os estudantes a compreender o procedimento experimental e o conceito de densidade", relata Adriana.

Segundo documentação produzida pela pesquisadora, durante a primeira etapa da pesquisa, 15 dos 25 estudantes participaram com comentários – comportamento, segundo ela, pouco comum na turma investigada. Na prova escrita, 20 jovens utilizaram corretamente o conceito de densidade. Na atividade posterior de retomada do conteúdo, dois entre cinco grupos de alunos mencionaram a HQ em suas respostas.
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Fonte (imagem e texto): UFMG

domingo, 22 de maio de 2016

segunda-feira, 16 de maio de 2016

Escolas já podem aderir a programa de parceria entre UFMG e Governo de Minas


A adesão espontânea e a construção de projetos específicos para cada escola, por meio do diálogo entre as partes, são premissas do Programa de Integração do Ensino Básico com o Ensino Superior (Piebes), elaborado pela UFMG e apresentado na manhã desta sexta-feira, 13, a diretores da rede pública estadual.

A proposta prevê articulação orgânica dos estágios das licenciaturas com as atividades das escolas envolvidas; ações de extensão da Universidade centradas nas escolas, com apoio a programa de aperfeiçoamento; formação continuada para docentes; pesquisas conjuntas entre a UFMG e as escolas para o avanço do conhecimento na área da educação e a melhoria do ensino.

Em reunião no campus Pampulha, o pró-reitor de Graduação, Ricardo Takahashi, e a pró-reitora adjunta de Extensão, Cláudia Mayorga, apresentaram detalhes da proposta e informaram que cada escola deve manifestar interesse em participar do programa, por meio do preenchimento de formulário on-line. “A Universidade os convida a serem parceiros”, enfatizou Takahashi. Segundo ele, a intenção é alcançar “envolvimento intelectual e afetivo com a cultura, os desafios e os compromissos que caracterizam a docência”.

Ao lembrar que o país tem o desafio, para os próximos anos, de melhoria da educação básica, Takahashi afirmou que as universidades podem cumprir importante papel, e que a UFMG quer articular melhor sua colaboração com a rede pública, com a perspectiva de produzir ações que façam a diferença.

Cláudia Mayorga comentou que este momento, que oficializa o início do Piebes, é fruto de uma série de diálogos com a Secretaria de Educação de Minas Gerais, iniciados em 2014. Ao explicar que a proposta é pautada pela indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, a professora pontuou os princípios que orientam a extensão universitária e que também estão na base do Piebes, como a interdisciplinaridade. “É fundamental transpor barreiras disciplinares também nas escolas”, ressaltou.

A pró-reitora adjunta de Extensão citou ainda os princípios da dialogicidade, que supõe o respeito à diversidade de vozes e de posições; da formação do estudante; da transformação social; da formação continuada de professores; da divulgação científica.

Sobre o diálogo com a educação básica, Cláudia Mayorga comentou que “ele é extremamente frutífero e pode ter resultados e impactos muito fortes, como a dimensão da transformação social, ao fortalecer a perspectiva de uma escola pública de qualidade, inclusive colocando a Universidade no horizonte desses estudantes”.

Segundo Gláucia Aparecida Vieira, coordenadora de políticas de formação dos profissionais em educação da Secretaria de Educação de Minas Gerais, o termo de cooperação técnica criado no âmbito das discussões sobre o Piebes “pretende acolher todas as possíveis parcerias entre os grupos da UFMG e as escolas”.

“Consideramos importante não só a perspectiva de reorganização dos estágios, mas também outras possibilidades, como os projetos de extensão universitária, a formação continuada dos professores e também a formação dos novos docentes, que no futuro vão integrar a rede de educação, para que eles já tenham esse conhecimento da realidade da educação básica”, afirmou Gláucia Aparecida Vieira.

“A presença de estagiários da UFMG é um anseio da escola, para fortalecer projetos, capacitar professores e trazer apoio para a gestão. Ao mesmo tempo, essa parceria vai mostrar ao estudante universitário a realidade para a qual ele precisa se capacitar.”
Fernanda Pontes, supervisora da Escola Estadual Dr. Reinaldo Martins Marques, na Cidade dos Meninos, em Ribeirão das Neves.

 “Acredito que há nesse programa a possibilidade de grande avanço para os dois lados. Para a escola, que necessita de atualizações acadêmicas, e para a Universidade, que precisa de uma aproximação com a escola e seus diversos problemas.”
Ewerton Cândido Lourenço, professor da Escola Estadual Amélia Josefina Kessen, Belo Horizonte.

Fonte: UFMG

domingo, 15 de maio de 2016

OIT: desigualdades de gênero continuam grandes no mercado de trabalho global


http://pt.slideshare.net/LinTrab/mulheres-no-trabalho-tendncias-de-2016
Apesar de alguns avanços modestos em algumas regiões do globo, milhões de mulheres estão perdendo terreno em sua busca por igualdade no mundo do trabalho, de acordo com um novo relatório elaborado pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), como parte da Iniciativa do Centenário da OIT Mulheres no Trabalho .
"O relatório mostra os enormes desafios que as mulheres continuam a enfrentar para conseguir encontrar e manter empregos decentes", disse o diretor geral da OIT, Guy Ryder.

"Nossas ações devem ser imediatas, efetivas e de longo alcance. Não há tempo a perder. A Agenda 2030  é uma oportunidade para unir esforços e desenvolver políticas coerentes para a igualdade de gênero que se apoiem mutuamente".

http://www.ilo.org/global/about-the-ilo/multimedia/maps-and-charts/enhanced/WCMS_458201/lang--pt/index.htmO relatório "Mulheres no Trabalho: Tendências de 2016"  examinou dados de até 178 países e conclui que a desigualdade entre homens e mulheres persiste em um amplo espectro do mercado de trabalho global. Além do mais, o relatório mostra que, ao longo das duas últimas décadas, progressos significativos realizados pelas mulheres na educação não se traduziram em melhorias comparáveis nas suas posições de trabalho.

Em nível global, a disparidade de gênero com relação a empregos tem diminuído por apenas 0,6 pontos percentuais desde 1995, com uma relação emprego-população de 46 por cento para as mulheres e quase 72 por cento para os homens em 2015.

Em 2015, 586 milhões de mulheres estavam trabalhando por conta própria ou trabalhando para uma unidade domiciliar no globo. Como em todo o mundo, a proporção das pessoas que trabalham para uma unidade domiciliar (trabalhadores membros da unidade domiciliar) diminuiu significativamente entre as mulheres (17 pontos percentuais nos últimos 20 anos) e, em menor medida, entre os homens (8,1 pontos percentuais). Portanto, a disparidade de gênero global no trabalho para unidades domiciliares é reduzida para 11 pontos percentuais.

Embora 52,1 por cento das mulheres e 51,2 por cento dos homens no mercado de trabalho sejam trabalhadores assalariados, isso por si só não constitui garantia de maior qualidade de emprego. Globalmente, 38 por cento das mulheres e 36 por cento dos homens com emprego assalariado não contribuem para a proteção social. As proporções para as mulheres atingem 63,2 por cento na África Subsaariana e 74,2 por cento no Sul da Ásia, onde o emprego informal é a forma dominante de emprego.

O relatório também fornece novos dados para até 100 países sobre as horas de trabalho remunerado e não remunerado e o acesso a proteção da maternidade e pensões.

As mulheres continuam trabalhando mais horas por dia do que os homens, tanto no trabalho remunerado quanto no não remunerado. Nos países de alta e de baixa renda, em média, as mulheres realizam pelo menos duas vezes e meia mais trabalho doméstico não remunerado e trabalho relacionado a cuidados do que os homens. Nas economias desenvolvidas, as mulheres empregadas (por conta própria ou com emprego assalariado) trabalham 8 horas e 9 minutos no trabalho remunerado e não remunerado, comparado a 7 horas e 36 minutos trabalhadas pelos homens. Nas economias em desenvolvimento, as mulheres no mercado de trabalho passam 9 horas e 20 minutos no trabalho remunerado e não remunerado, ao passo que os homens gastam 8 horas e 7 minutos em tais trabalhos. A participação desequilibrada no trabalho não remunerado limita a capacidade das mulheres de aumentar as suas horas de trabalho remunerado, formal e assalariado. Como resultado, em todo o mundo, as mulheres, que representam menos de 40 por cento do emprego total, compõem 57 por cento daqueles que trabalham menos horas ou em regime de meio período.

Além disso, em mais de 100 países pesquisados, mais de um terço dos homens empregados (35,5 por cento) e mais de um quarto das mulheres empregadas (25,7 por cento) trabalham mais de 48 horas por semana. Isso também afeta a distribuição desigual entre homens e mulheres de trabalho não remunerado doméstico e trabalho relacionado a cuidados.

A desvantagem cumulativa enfrentada pelas mulheres no mercado de trabalho tem um impacto significativo em anos posteriores. Em termos de pensões, a cobertura (tanto a legal quanto e efetiva) é menor para as mulheres do que para os homens, deixando uma lacuna de gênero na cobertura da proteção social em geral. Globalmente, a proporção de mulheres acima da idade da aposentadoria que recebem uma pensão é, em média, 10,6 pontos percentuais menor que a de homens. Globalmente, as mulheres representam cerca de 65 por cento das pessoas acima da idade de aposentadoria (60-65 anos ou mais, de acordo com a legislação nacional na maioria dos países) sem qualquer pensão regular. Isso significa que cerca de 200 milhões de mulheres em idade avançada estão vivendo sem qualquer rendimento regular de uma pensão por velhice ou sobrevivência, em comparação com 115 milhões de homens.
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Fonte (imagens e textos): OIT
Acesse o documento  Mulheres no Trabalho: Tendências de 2016

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Galeria fotográfica Exposição da Escravatura documenta escravidão no Brasil


A escravidão no Brasil foi amplamente documentada pelos fotógrafos do século XIX. Contribuíram para isto o fato de ter a fotografia chegado cedo ao país, em 1840, sendo o imperador Pedro II um grande entusiasta, além de ter sido o último país das Américas a abolir a escravatura, em 1888. Por cerca de 350 anos, o Brasil – destino de 4,5 milhões de escravos africanos – foi o maior território escravagista do Ocidente, mantendo este sistema tanto no campo como na cidade – o lugar de trabalho era o lugar do escravo.

Muitas vezes o objetivo das fotografias não era a denúncia e sim o estético ou, ainda, o registro do exótico. A Galeria do Dia da Abolição da Escravatura exibe fotos de escravos em situações de trabalho, em momentos de descanso ou mesmo em poses obtidas em estúdios. São imagens apaziguadoras da escravidão e das várias funções dos escravizados. Dentre seus autores estão Alberto Henschel, Augusto Riedel, Augusto Stahl, George Leuzinger, João Goston, Marc Ferrez , Revert Henrique Klumb, além de alguns anônimos.

As fotos revelam uma representação naturalizada da escravidão, deixando a impressão de que seria normal a posse de homens por outros homens, o que fica evidenciado pela venda dessas imagens para o exterior como um produto exótico de um país tropical distante. Porém, percebe-se em não poucas dessas fotografias, segundo a antropóloga Lilia Schwarcz, que “mais do que propriedades ou figurantes com papéis prévia e exteriormente demarcados, os escravizados negociam efetivamente nos registros fotográficos, nos pequenos sinais que deixaram no tempo e na imagem, seu lugar e condição”.

A Abolição da Escravatura foi o acontecimento histórico mais importante do Brasil após a Proclamação da Independência, em 1822. No dia 13 de maio de 1888, após seis dias de votações e debates no Congresso, a Princesa Isabel assinou a Lei Áurea, que decretava a libertação dos escravos no país. Sobre este dia, Machado de Assis escreveu anos depois na coluna “A Semana”, no jornal carioca Gazeta de Notícias“Verdadeiramente, foi o único dia de delírio público que me lembra ter visto”. Até hoje se manifestam as consequências sociais e culturais da longevidade e do alcance da escravatura no Brasil.

Além da Galeria do Dia da Abolição da Escravatura, estão disponíveis os links para os jornais O Paiz e Gazeta de Notícias, de 14 de maio de 1888, anunciando a Lei Áurea, e para vídeos em que a antropóloga Lilia Schwarcz analisa várias fotos de escravos.

Fonte (texto e imagens): Coleção Brasiliana Fotográfica