PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO
Clique na imagem para acompanhar a situação de estados e municípios em relação à meta nacional

quarta-feira, 16 de junho de 2021

Cursinhos populares ajudam estudantes a ingressar na UFMG


"Esther Tomaz de Matos, moradora do bairro Juliana, na periferia de Belo Horizonte, sempre gostou de ajudar os outros. Quando brincava, fingia conversar com as bonecas, a quem dava conselhos. Hoje, aos 18 anos e depois de concluir o ensino médio, a jovem decidiu fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) para tentar uma vaga no curso de psicologia da UFMG. Esther quer ser aprovada na universidade pública porque não tem condições de pagar as mensalidades de uma instituição privada. A dificuldade financeira mostrou-se um obstáculo no momento em que a jovem começou a se preparar para as provas. Como passar na UFMG sem fazer um cursinho preparatório de qualidade? 

A esperança de Esther apareceu no início deste ano, quando a jovem descobriu que a UFMG oferecia alguns cursinhos populares de preparação para o Enem. Depois da seleção, que ocorreu por meio de uma redação e de sorteio, ela conseguiu uma vaga no Cursinho Popular Guimarães Rosa. Trata-se de uma iniciativa da Faculdade de Medicina, conduzida por voluntários que são alunos de graduação e de pós-graduação da UFMG. O cursinho surgiu com o objetivo de preparar a comunidade para a realização do Enem, oferecendo aulas gratuitas para adolescentes de baixa renda que estudam em escolas públicas. 

O Guimarães Rosa iniciou as atividades em 2019 e é um desdobramento de esforço empreendido pelos movimentos sociais em favor da democratização do ensino público. Segundo a professora Isabela Resende, do Departamento de Pediatria da Faculdade de Medicina da UFMG, coordenadora do curso juntamente com as professoras Aline Almeida Bentes e Daiana Elias Rodrigues, apesar de a Universidade já contar com outros cursos preparatórios populares, é emblemática a criação de um projeto como este no âmbito da Faculdade de Medicina.

“Por muitos anos, o curso de medicina foi frequentado por uma elite que vinha da rede particular de ensino e que tinha mais acesso à educação. É emblemático que alunos do curso, principalmente aqueles que entraram após o início do sistema de cotas, entendam a importância da ampliação do acesso e da mudança estrutural na universidade”, explica a professora. 

Ela conta que a ideia foi dos alunos cotistas da Faculdade de Medicina, que a procuraram com a intenção de oferecer um curso popular que ajudasse jovens a ingressar na universidade pública. Posteriormente, os cotistas “acabaram mobilizando os outros colegas, e isso ajudou a mudar a mentalidade de todos os alunos, que perceberam o quanto é enriquecedor que a Universidade e o curso de medicina tenham alunos de diversos perfis socioeconômicos”.

Outro cursinho popular ofertado em Belo Horizonte é o Dom Quixote. O cursinho é um projeto de extensão de estudantes da Faculdade de Letras da UFMG que acreditam no poder transformador da educação. Mais informações em https://www.instagram.com/cursinhodomquixote/ 

*Leia a matéria sobre o Guimarães Rosa na íntegra em https://ufmg.br/comunicacao/publicacoes/boletim/edicao/2103/mestre-nao-e-quem-sempre-ensina-mas-quem-de-repente-aprende