PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO

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sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Fale/UFMG passa a oferecer licenciatura em Libras


A Fale/UFMG passa a oferecer licenciatura em Libras, formando docentes e aumentando a inclusão da comunidade surda. A criação do curso foi aprovada em novembro pelo Conselho Universitário da UFMG e atende a uma minoria linguística que não tem o Português como língua primária. De acordo com a professora Giselli Mara da Silva, coordenadora do Colegiado do novo curso, a origem da relação diferenciada que a comunidade de surdos constrói com a Língua Portuguesa se dá no momento que os deficientes auditivos usam o Português apenas para ler e escrever, o que os leva a enxergar, na Língua Brasileira de Sinais (Libras), um símbolo cultural: “Para essas pessoas, o termo ‘surdo’ não tem um sentido pejorativo. Pelo contrário, ser ‘surdo’ ou ‘surda’ é fazer parte de uma comunidade e fazer uso da Língua de Sinais”, explica.
Desde o Decreto 5.626/2005, que estabelece diferentes estratégias para assegurar o reconhecimento da Libras como uma língua no Brasil, a demanda de professores para a área aumentou. Essa necessidade social é reiterada pelos dados que embasam o projeto pedagógico da Licenciatura Especial em Letras-Libras e que indicam o aumento do número de estudantes das disciplinas da área de Libras desde 2010 – primeiro ano em que Fundamentos de Libras on-line foi ofertada na Fale. Em 2015, a Faculdade recebeu mais de quatro mil pedidos para cursar essa disciplina e, no primeiro semestre do ano seguinte, 2.345 pessoas demonstraram o mesmo interesse. Atualmente, 1.050 alunos, de todas as áreas do conhecimento na UFMG, participam das atividades on-line e, na modalidade presencial, o curso conta com 35 estudantes, em sua maioria da Fale.
Em ofício de dezembro de 2015, a Secretaria de Educação de Minas Gerais solicitou que a UFMG oferecesse o curso de formação em Libras. Segundo Giselli Mara, as conversas que deram origem à Licenciatura em Letras-Libras iniciaram-se em 2016, e, já naquela época, entendia-se a necessidade de que o curso que fosse separado das outras licenciaturas, dirigido somente à formação de docentes da Libras. Em consonância com essa visão, o processo seletivo será destinado também à comunidade surda e composto de duas provas, em Português e em Libras.
Leia mais em https://ufmg.br/comunicacao/noticias/fale

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Livro traz história de MG desde a chegada de seus primeiros habitantes


"Acontece hoje (10), às 18h30, no BDMG Cultural (Rua da Bahia, 1.600), o lançamento do livro História Geral de Minas. Escrito pelo professor da UFMG João Antônio de Paula e por José Maria Rabêlo, Fernando Correia Dias e Ricardo de Moura Faria, o livro faz um levantamento abrangente da formação de Minas Gerais, desde seus antecedentes pré-históricos até os dias atuais. O prefácio é do escritor Rui Mourão.
História Geral de Minas relata a formação do estado a partir da chegada dos primitivos habitantes, originários do nordeste da África, há mais 12 mil anos. A obra estuda da ocupação do território mineiro pelos indígenas que chegaram posteriormente e a invasão dos portugueses e bandeirantes paulistas, uma tragédia humana que resultou na morte de milhares e milhares de indígenas.
O livro dedica espaço especial ao século XVIII, durante o qual Minas Gerais se tornou um dos mais importantes polos da economia mundial, graças a suas riquíssimas reservas de ouro e diamante. As riquezas extraídas em Minas financiaram a reconstrução de Lisboa, destruída pelo terremoto de 1755, e a Revolução Industrial, na Inglaterra, ponto de partida do capitalismo moderno."
Leia mais em https://ufmg.br/comunicacao/eventos/lancamento-do-livro-historia-geral-de-minas

quarta-feira, 14 de novembro de 2018

Livros documentam idioma Tenetehára, falado por indígenas do Maranhão

"Na língua Tenetehára, os Guajajaras, que habitam, entre outras terras, o Vale do Rio Pindaré, no Maranhão, são 'os donos e aqueles que carregam o cocar'. Pesquisa desenvolvida há mais de 10 anos pelo professor Fábio Bonfim, da Faculdade de Letras, em colaboração com outros pesquisadores e lideranças da própria etnia, vem ajudando esse povo a também se apropriar de sua língua, o Tenetehára, fortemente ameaçada de extinção pela pressão imposta pelo idioma português.
Os estudos resultaram nos livros Interpretação de textos e ­atividades gramaticais na língua Guajajára e Coletânea de narrativas guajajáras. 'Trata-se de um apurado material de documentação e registro da língua e da literatura Tenetehára [pertencente à família linguística tupi-guarani, tronco tupi], que será de grande valia para o trabalho de educação escolar nas aldeias', explica Fábio Bonfim."
Leia matéria em https://ufmg.br/comunicacao/publicacoes/boletim/edicao/2039/os-donos-do-cocar-e-da-lingua

segunda-feira, 12 de novembro de 2018

Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado do mundo em universidades da área de humanas

(Foto: Divulgação)

"O educador, pedagogo e filósofo brasileiro Paulo Freire é considerado, mundo a fora, um dos mais notáveis pensadores da história da pedagogia. Patrono da educação brasileira, Freire é simplesmente o brasileiro mais homenageado em todos os tempos, com 29 títulos de Doutor Honoris Causa por universidades da Europa e da América, e centenas de outras menções e prêmios, como Educação pela Paz, da UNESCO, que Freire recebeu em 1986.

O criador da Pedagogia do Oprimido é citado em um impressionante título de reconhecimento: Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado do mundo em universidades da área de humanas. O levantamento foi feito através do Google Scholar – ferramenta de pesquisa para literatura acadêmica – por Elliot Green, professor associado da London School of Economics. Segundo a pesquisa, Freire é citado 72.359 vezes, atrás somente do filósofo americano Thomas Kuhn (81.311) e do sociólogo, também americano, Everett Rogers (72.780). (...)

Paulo Freire é referência em países diversos pelo mundo, e sua teoria visa aproximar o conteúdo acadêmico da vida cotidiana dos estudantes, oferecendo a possibilidade de que estes se apropriassem de suas próprias educações. Para ele, estudar não era um ato de 'consumir ideias, mas sim de criá-las e recriá-las'."



Leia matéria na íntegra em https://www.hypeness.com.br/2016/06/paulo-freire-e-terceiro-teorico-mais-citado-em-trabalhos-academicos-no-mundo/?fbclid=IwAR2uazsYum6g89qMOwwka5WmaJV8ziiWShst2LG-GrZ6UPOaY4Co0modX58

Leia mais sobre o estudo de Green em http://blogs.lse.ac.uk/impactofsocialsciences/2016/05/12/what-are-the-most-cited-publications-in-the-social-sciences-according-to-google-scholar/

quarta-feira, 31 de outubro de 2018

ALMG abre edital para artistas


A Assembleia Legislativa de Minas Gerais abre amanhã (01/11) edital para artistas visuais, músicos, artesãos, atores, comediantes, performers e dançarinos se apresentarem na casa em 2019. 
As inscrições são gratuitas e devem ser feitas até dia 9 no endereço eletrônico abaixo:


quarta-feira, 10 de outubro de 2018

"A retirada de direitos pela reforma trabalhista afeta, sobretudo, as mulheres"

“A reforma trabalhista revoga explicitamente aspectos importantes da CLT: a proibição do trabalho de gestantes em local insalubre, a regulação sobre a pausa para amamentação e a igualdade salarial. A pausa para amamentação, por exemplo, passa a ser de livre negociação com o empregador, mas coloca, no regramento, os interesses da empresa acima das recomendações da saúde”, afirmou Glaucia Fraccaro.

A historiadora é autora do livro “Os direitos das mulheres: feminismo e trabalho no Brasil (1917-1937)” Leia a entrevista na íntegra em: https://www.jota.info/tributos-e-empresas/trabalho/retirada-direitos-trabalhistas-mulheres-05102018



segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Com recursos próprios, UFMG apoia mestrados profissionais, doutorandos e docentes com perfil júnior

Doutoranda em laboratório do ICB: apoio financeiro à participação em missões técnicas Foto: Lucas Braga / UFMG

"A Pró-reitoria de Pós-graduação (PRPG) divulgou, nesta quinta-feira, dia 20, o resultado de chamadas de apoio financeiro a mestrados profissionais, a doutorandos e a docentes com perfil júnior. Ao todo, 80 propostas foram contempladas com recursos próprios da UFMG. Os valores previstos nos três editais chegam a R$ 250 mil.
O Programa de Apoio aos Mestrados Profissionais (Pamp) tem o objetivo de fomentar a presença de professores visitantes nos cursos dessa modalidade na UFMG, para missões de ensino e pesquisa de curta duração. Propostas de cinco cursos foram aprovadas, e dez docentes de outras instituições participarão de atividades na Universidade. (...)

Os programas surgem em um momento em que as atividades acadêmicas são fortemente impactadas pela retração de recursos. 'Mesmo com dificuldades orçamentárias, procuramos atender aos programas e pesquisadores com menos acesso a fontes de financiamento e que precisam de mais suporte para se consolidarem', afirma a pró-reitora adjunta de Pós-graduação, Silvia Alencar."
leia na íntegra em https://ufmg.br/comunicacao/noticias/programas-de-apoio-da-pos-graduacao-anunciam-resultados-de-chamadas

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Meteorito que sobreviveu ao incêndio no Museu Nacional foi tema de crônica de Machado de Assis


O meteorito Bendengó, um dos poucos itens que sobreviveu ao trágico incêndio ocorrido esta semana no Museu Nacional, já foi tema de uma crônica de Machado de Assis. No texto de 1888, que trazemos abaixo, o escritor cria a conversa do objeto com o chefe da expedição que o levaria ao Rio de Janeiro.

(Fonte: http://letterabrasilis.blogspot.com/2013/02/o-meteorito-de-bendego-no-brasil.html)


27 de maio de 1888 / Gazeta de Notícias 

BONS DIAS !       

Cumpre não perder de vista o meteorólito de Bendegó[1] . Enquanto toda a nação bailava e cantava, delirante de prazer pela grande lei da Abolição, o meteorólito de Bendegó vinha andando, vagaroso, silencioso e científico, ao lado do Carvalho[2].
– Carvalho, dizia ele provavelmente ao companheiro de jornada, que rumores são estes ao longe?
E ouvindo a explicação, não retorquira nada, e pode ser até que sorrisse, pois é natural que nas regiões donde veio, tivesse testemunhado muitos cativeiros e muitas abolições. Quem sabe lá o que vai pelos vastos intermúndios de Epicuro[3] e seus arrabaldes?
Vinha andando, vagaroso, silencioso, científico, ao lado do Carvalho.
-- Carvalho, perguntou ainda, falta muito para chegar ao Rio de Janeiro? Estou já aborrecido, não da sua companhia, mas da caminhada. Você sabe que nós, lá em cima, andamos com a velocidade de mil raios; aqui nestas ridículas estradas de ferro, a jornada é de matar. Mas espera, parece que estou vendo uma cidade...
 – É a Bahia, a capital da província.
 Chegaram à capital, onde um grupo de homens corria para uma casa, com ar espantado, preocupado, ou como melhor nome haja em fisionomia, que não tenho tempo de ir ao dicionário. Esses homens eram os vereadores. Iam reunir-se extraordinariamente, para saber se embargariam ou não a saída do meteorólito
Até então não trataram do negócio, por um princípio de respeito ao governo central. O governo central ordenara o transporte e as despesas; a Câmara Municipal, obediente, ficou esperando. Logo, porém, que o meteorólito chegou à capital, interveio outro princípio – o do direito provincial. Reuniu-se a Câmara e examinou o caso.
Parece que o debate foi longo e caloroso. Uns disseram provavelmente que o meteorólito, tendo caído na Bahia, era da Bahia; outros, que vindo do céu, era de todos os brasileiros. Tal foi a questão controversa. Compreende-se bem que era preciso resolver primeiro esse ponto, para entrar na questão de saber se os meteorólitos entravam na ordem das atribuições reservadas às províncias. O debate foi afinal resumido e o voto da maioria contrário ao embargo; apenas dois vereadores votaram por este, segundo anunciou um telegrama.
E o meteorólito foi chegando, vagaroso, silencioso, cientiífico, ao lado do Carvalho.
– Carvalho, disse ele, os que não quiserem embargar a minha saída são uns homens cruéis. Mas por que é que aqueles dois votaram pelo embargo?
 – Questão de federalismo[4]...
E o nosso amigo explicou o sentido desta palavra, e o movimento federalista que se está operando em alguns lugares do império. Mostrou-lhe até alguns projetos discutidos agora, para o fim de adotar a Constituição dos Estados Unidos, sem fazer questão do chefe de Estado, que pode ser presidente ou imperador...
 Aqui o meteorólito, sempre vagaroso e científico, piscou o olho ao Carvalho.
 – Carvalho, disse ele, eu não sou doutor constitucional nem de outra espécie, mas palavra que não entendo muito essa constituição dos Estados Unidos com um imperador...
 Cheio de comiseração, explicou-lhe o nosso amigo que as invenções constitucionais não eram para os beiços de um simples meteorólito; que a suposição de que o sistema dos Estados Unidos não comporta um chefe hereditário resulta de não atender à diferença do clima e outras. Ninguém se admira, por exemplo, de que lá se fale inglês e aqui português. Pois é a mesma coisa.
 Entretanto, confessou o nosso amigo que, por algumas cartas recebidas, sabia que o que está na boca de muitas pessoas é um rumor de república ou coisa que o valha, que esta idéia anda no ar...
 –Noire? Aussi blanche qu’une autre.
–Tiens ! Vous faites de calembours? [5]
 –Que queria você que eu fizesse, retorquiu o meteorólito, metido naquelas brenhas de onde você me foi arrancar? Mas vamos lá, explique-me isso pelo miúdo.
 E o nosso amigo não lhe ocultou nada; confiou-lhe que andam por aí ideias republicanas, e que há certas pessoas para quem o advento da República é certíssimo. Chegou a ler-lhe um artigo da Gazeta Nacional, em que se dizia que, se ela já estivesse estabelecida, acabada estaria há muitos anos a escravidão...
 Nisto o meteorólito interrompeu o companheiro, para dizer que as duas coisas não eram incompatíveis: porque ele antes de ser meteorólito fora general nos Estados Unidos – e general do Sul, por ocasião da Guerra de Secessão, e lembra-se bem que os Estados Confederados, quando redigiram a sua constituição, declararam no preâmbulo: “A escravidão é a base da Constituição dos Estados Confederados”[6]. Lembra-se também que o próprio Lincoln, quando subiu ao poder, declarou logo que não vinha abolir a escravidão...[7]
 –Mas é porque lá falam inglês, retorquiu o nosso amigo Carvalho; a questão é essa.
 O meteorólito ficou pensativo; daí a um instante:
 –Carvalho, que barulho é este?
 –É a visita do Portela, presidente da província.[8]
 –Vamos recebê-lo, acudiu o meteorólito, cada vez mais vagaroso.

[1] Referência a acontecimento que mobilizou e emocionou durante algum tempo a opinião pública e a imprensa, especialmente na cidade do Rio de Janeiro, para a qual deveria ser removido o meteorito, ou meteorólito,conhecido como  “de Bendegó”,  descoberto em 1784, no sertão da Bahia – remoção muito difícil,tanto que somente processada 102 anos depois, agora criando uma polêmica quanto ao “dono” do meteorito, se a União, o estado ou o município – o que refletia essencialmente um tema relevante,mormente naquele período de iminente transição entre um regime imperial e a já  ‘irreversível’  República : o federalismo , .o primeiro centralizador  do poder, o segundo preconizador da idéia da federação com (relativa) autonomia provincial..
[2] Comandante José Carlos de Carvalho, oficial da Armada,membro da  Sociedade Geográfica, chefe da expedição que trouxe o meteorito para o Museu Nacional. No Rio de Janeiro.
[3] Filósofo grego,que acreditava  na imortalidade dos  deuses.
[4] Com a iminência da República, a questão do federalismo já era  bastante discutida então.  Machado de certo modo se opunha  a ele  sistema, até porque era inerente ao novo regime contra o qual desde sempre foi  vigorosamente crítico : Machado sustentava que o federalismo essencialmente reforçaria o poder oligárquico inerente ao país (o Brasil como a “absolute Oligarchie- -- cf. o artigo publicado no  Rio-Post ,vd. cr. 230) uma vez dado poder às  províncias , estas dominadas pelas oligarquias (mesmo que ,por hipótese, tivesse sido implementado sob o Império, Machado mantinha,ou manteria, sua oposição pois federação e parlamentarismo lhe pareciam conceitos contraditórios (uma excrescência  como  “uma cobra casada com um rato”, diria em outra crônica – vd. cr. 235).
   . A visceral  rejeição de Machado  à República fora  definida certa feita, na Tribuna Liberal  : “Quanto às minhas opiniões políticas tenho duas,uma impossível outra realizada. A realizada é o sistema representativo e é sobretudo como brasileiro que me agrada essa opinião, e eu peço aos deuses (também creio nos deuses) que afastem do Brasil o sistema republicano porque esse seria o do nascimento da mais insolente aristocracia que o sol jamais alumiou(...)”.            
[5] Criativo  trocadilho bilíngüe de Machado , que faz  alusão ao temor disseminado nas elites de uma revolta de libertos inspirada na Republiquie Noire do Haiti –  e também a desdenha ( “tão branca quanto qualquer outra”).,
[6] O propósito de Machado é claramente demonstrar que ser republicano não implica em ser abolicionista, uma vez os sulistas nos Estados Unidos não terem lutado para mudar a forma de governo mas sim preservar a escravatura.(os denominados Estados Confederados eram uma república escravista). Em artigo de 25.08.1864 no jornal paulista Imprensa Acadêmica, exatamente durante a Guerra de Secessão norte-americana, Machado registrava: “(...)O general confederado Lee avança sobre Washington. Esta notícia desconcerta os partidários do Norte,parece que nada pode resistir aos planos del Grant, e sobretudo que não venha a triunfar a causa do Sul,isto é a causa da escravidão ! Causa da escravidão ! Até onde vai o alambicamento das palavras(...)”.
[7] O presidente norte-americano Abraham Lincoln somente durante a Guerra de Secessão promulgou a emancipação geral.

[8] Manuel do Nascimento Machado Portela, político conservador, nomeado em março 1888 presidente da Bahia.

segunda-feira, 13 de agosto de 2018

Tese do Cedeplar estima valor do trabalho doméstico

Se fossem remuneradas, atividades do lar gerariam o equivalente a 10% do PIB nacional; mulheres são responsáveis por 85% dos afazeres

Ilustração: Marcelo Lustosa / UFMG

"Dos 23 até por volta dos 80 anos de idade, as mulheres brasileiras passam, em média, mais tempo realizando trabalho doméstico para outros membros da família do que para o seu próprio benefício. No caso dos lares mais pobres, a idade de 13 anos é o marco para que a mulher passe a ter esse consumo negativo em relação à sua produção. De modo oposto, os homens são sempre beneficiários das transferências de tempo, independentemente do seu nível de renda. 

Esses são alguns dos resultados da investigação empreendida pela demógrafa Jordana Cristina de Jesus, autora da tese de doutorado Trabalho doméstico não remunerado no Brasil: uma análise de produção, consumo e transferência, defendida em junho deste ano, no Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG.

A pesquisadora utilizou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de ­Domicílios (Pnad) de 2013 e de 2016. Na Pnad, a coleta de dados sobre trabalho doméstico é limitada ao número de horas dedicadas à manutenção da casa. Assim, o equivalente ao cuidado com crianças é subnotificado, afetando o cálculo das transferências de tempo. Para estimar as contas brasileiras, a pesquisadora combinou os dados da Pnad com as informações da pesquisa de uso do tempo da Colômbia, já que aquele país compartilha algumas características sociodemográficas, econômicas e culturais com o Brasil.

Partindo do pressuposto de que tempo é recurso, a intenção de Jordana foi estimar o quanto as pessoas transferem de tempo, dentro de casa, para outros indivíduos. 'É comum a reflexão sobre a transferência de renda, que ocorre quando você, por exemplo, paga a mensalidade  escolar. Mas a abordagem sobre a transferência de tempo, sem fluxo monetário, é recente na literatura. Ela se dá quando a pessoa dedica certo número de horas a tarefas como cozinhar, lavar roupas, botar lixo para fora ou pagar contas, das quais outras pessoas do domicílio vão se beneficiar', exemplifica a autora. 

De acordo com Jordana, um homem de 30 anos produz, em média, uma hora de trabalho doméstico ao longo do dia, enquanto uma mulher da mesma idade realiza quatro vezes mais. Esse índice varia conforme o nível de escolaridade – mas somente entre o público feminino. Segundo a autora, uma brasileira de 25 anos, com até três anos de escolaridade, gasta quase seis horas por dia com afazeres domésticos não remunerados. Aquelas que estudaram por mais de 12 anos fazem menos de duas horas diárias desse tipo de serviço. No caso dos homens, a quantidade de horas nunca varia. 'Em geral, o homem executa o serviço doméstico até, no máximo, a demanda de seu próprio consumo', pontua a autora."

terça-feira, 10 de julho de 2018

09 de julho: Dia da Luta Operária

Operários em um campo de petróleo, de Sebastião Salgado

A data de 9 de julho representa um marco para a luta organizada da classe operária brasileira. Neste dia, há 101 anos, o operário de origem espanhola José Martinez, sapateiro anarquista e sindicalista, foi morto pela polícia aos 21 anos, na porta de uma fábrica no Brás, em SP.

A revolta com a morte do operário se espalhou por outras cidades e acabou deflagrando a greve geral de 1917, primeira paralisação de caráter nacional no país. Desde o ano passado, a data foi oficializada como Dia da Luta Operária (Lei 16.634/2017).

Abaixo você confere a crônica A grève¹ da Cantareira, de Lima Barreto (1921)²: 

"Nesse negócio de grève dos marinheiros da Cantareira, toda a gente viu anarquismo, sindicalismo anárquico e outras coisas apavorantes para a Sociedade, para o Estado, etc., etc.

Pode ser que uma tal explicação seja cabível para outra qualquer parede³ que se dê por aí; mas para aí; mas para tal companhia de tartarugas, vulgo barcas de Niterói, não. 

Os habitantes de ambas as cidades de um ou outro lado da baía são sabedores do mau estado das almanjarras ronceiras que a atravessam, servindo aos passageiros que as demandam, por absoluta necessidade. 

Quando eles fazem tal sacrifício de vida, caso o possam, vão à mais próxima igreja e encomendam a sua alma a Deus. 

Houve mesmo “diários” delas que se quiseram cotizar, a fim de manterem capelães, nas respectivas pontes daqui e de Niterói, a fim de prestarem os serviços divinos de quem marcha certo para a morte. Este alvitre não pôde ser posto em prática, porque a diretoria da companhia viu em tenção tão piedosa um atentado aos seus soberanos direitos de mandar, desta para a melhor, os pobres mortais que se veem obrigados a embarcar nos seus carunchosos calhambeques, que não oferecem a simples segurança da mais humilde canoa de pesca. As tais barcas fazem água por todos os poros; elas adernam por dá cá aquela palha; elas levam uma eternidade daqui para lá e de lá para aqui – e isto com muito orgulho e prosápia. Andam assim como se fossem altaneiros couraçados ou velozes cruzadores. 

Não há embarcação miúda ou graúda, civil ou militar, que lhes leve as lampas em grandeza e galhardia de coisa importante que desafia os caprichos do mar. 

Certa vez, um desses calhambeques, cheio de orgulho e empáfia como os demais, teve o topete de sair barra fora, como se fosse gente. 

O oceano foi com ele generoso. Desprezou a sua arrogância, não o tragou, mas troçou-o a valer. Fê-lo andar à matroca, levantou-o no seu dorso como um pedaço de palha; enfim, debochou-o como quis. 

Afinal, cansado, depois de tê-lo feito embiocar em toda enseada e angra, saiu delas para meter-lhe susto com um encalhe, numa praia de ilha deserta, atirou com ele em Santos. 
São tais os perigos que correm os que navegam em tais barcas, como se está vendo, que os respectivos marinheiros resolveram muito precavidamente abandoná-las por prudência. 

Foi este e não outro o motivo da última grève nas barcas da Cantareira."

¹ Ao escrever grève, como no francês, o autor nos mostra que a palavra ainda não havia sido adotada pela língua portuguesa do Brasil na década de 20. 
² Texto disponível em http://www.letras.ufmg.br/site/e-livros/LimaBarretojan.pdf
³ Sinônimo de greve. 

quinta-feira, 5 de julho de 2018

UFMG realiza atividades do Dia Nacional da Ciência

Neste domingo (08/07), em que se comemoram o Dia Nacional da Ciência e o Dia Nacional do Pesquisador, a UFMG realiza, em parceria com a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), uma série de atividades de divulgação científica. Gratuita e aberta ao público, a programação ocorrerá das 10h às 14h, no Espaço do Conhecimento UFMG, e no prédio Rainha da Sucata, ambos na Praça da Liberdade. 

Mais informações podem ser obtidas no site da Universidade: https://ufmg.br/comunicacao/noticias/ufmg-realiza-neste-domingo-atividades-do-dia-nacional-da-ciencia


Sistema de Aquaponia, que integra produção de peixes e plantas, é uma das atrações da mostra

quarta-feira, 6 de junho de 2018

Biografia de Carolina de Jesus é lançada na FALE dia 08/06




"Em Carolina: uma biografia, o jornalista Tom Farias apresenta a complexa trajetória da escritora Carolina Maria de Jesus. Da infância pobre, na cidade de Sacramento, em Minas Gerais, passando pelas cidades em que peregrinou na juventude em busca de trabalho e de diagnóstico e cura para uma doença nas pernas, até sua chegada a São Paulo onde se instalou na favela do Canindé.

A biografia detalha não somente sua relação com os filhos e o momento de ascensão, devido ao sucesso editorial do livro Quarto de despejo, mas também, o declínio em razão do desinteresse do mercado editorial e dos leitores em relação às suas publicações posteriores, o que, acrescido da sua personalidade forte e das barreiras sociais e discriminatórias brasileiras, levou a escritora retornar à mesma condição de pobreza em que viveu boa parte da sua vida."

Fonte: https://www.editoramale.com/product-page/carolina-uma-biografia

quarta-feira, 30 de maio de 2018

LinTrab participa do VII SITRE


No dia 28/05, o LinTrab ministrou minicurso no VII SITRE – Simpósio Internacional Trabalho, Relações de Trabalho, Educação e Identidade, realizado na FAE/UFMG. Os professores Antônio Augusto Moreira de Faria (foto), Denise dos Santos Gonçalves e Maria Juliana Soares estiveram com 30 participantes, com os quais conversaram sobre o trabalho do LinTrab desde a sua fundação, em 2009.
Foram apresentados aos presentes alguns conceitos norteadores para as pesquisas do grupo, entre eles o entendimento de que a linguagem e o trabalho são dimensões constitutivas da vida humana e que discursos materializam determinadas visões de mundo, muitas delas encontradas na relação capital x trabalho. O protagonismo e o silenciamento de trabalhadores em discursos - jornalísticos, literários, educacionais - foi outro tema em pauta na discussão.
Ao final do encontro, os participantes analisaram textos literários retirados das antologias produzidas pelo LinTrab (que podem ser acessadas aqui no blog), entre eles o poema que reproduzimos abaixo:

Da senzala... (Cruz e Sousa) De dentro da senzala escura e lamacenta Aonde o infeliz De lágrimas em fel, de ódio se alimenta Tornando meretriz A alma que ele tinha, ovante, imaculada Alegre e sem rancor, Porém que foi aos poucos sendo transformada Aos vivos do estertor... De dentro da senzala Aonde o crime é rei, e a dor – crânios abala Em ímpeto ferino; Não pode sair, não, Um homem de trabalho, um senso, uma razão... E sim um assassino!

quinta-feira, 24 de maio de 2018

Racionais MC's figuram na lista de obras do vestibular Unicamp 2020

Racionais MC's (Divulgação)

“A Comissão Permanente para os Vestibulares da Unicamp (Comvest) está divulgando a lista de obras em língua portuguesa, cuja leitura é obrigatória para candidatos ao Vestibular Unicamp 2020. A lista mantém o mesmo número de 12 obras da anterior. 

A cada ano, a Unicamp renova parcialmente as obras que compõem a lista, para permitir o planejamento do professor e, ao mesmo tempo, acompanhar a dinâmica própria do sistema de ensino, cujo público se renova todos os anos. A lista para o Vestibular 2020 apresenta três obras novas em relação à anterior: Racionais Mc's (Sobrevivendo no inferno), Júlia Lopes de Almeida (A falência), Nelson Rodrigues (A cabra vadia).”.




quinta-feira, 10 de maio de 2018

Belo Horizonte recebe a 3ª edição do festival de cultura quilombola

Foto: Izabel Chumbinho

"Os 130 anos da abolição da escravatura no Brasil, celebrados em 2018, é tema da terceira edição do Canjerê – Festival de Cultura Quilombola de Minas Gerais, realizado entre os dias 11 e 13 de maio, na Praça da Liberdade e espaços culturais do Circuito Liberdade, em Belo Horizonte. Mais de 600 quilombolas de diversas comunidades do estado se reúnem na capital mineira com o objetivo de dar visibilidade à cultura tradicional e chamar a atenção para a luta dos quilombolas pelo direito à terra e à vida digna. O projeto vem ao encontro das políticas de salvaguarda do patrimônio imaterial e promoção do desenvolvimento agrário em Minas Gerais.


O Festival é realizado pela Federação das Comunidades Quilombolas de Minas Gerais -N’Golo com a parceria do Governo do Estado, por meio do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha-MG), correalizador do evento e da Cemig, patrocinadora. Tem o apoio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Agrário (Seda-MG), da Prefeitura de Belo Horizonte, do Iphan e Fundação Palmares.
Neste ano, além das 60 barracas com artesanatos, culinária e produtos quilombolas montadas na Alameda da Educação, na Praça da Liberdade, das 10h às 22h, o Canjerê terá exibições de filmes quilombolas, apresentações culturais, oficinas, rodas de conversas, dentre outras atrações nos espaços do Circuito Liberdade."


sexta-feira, 4 de maio de 2018

Harvard presta homenagem à Marielle Franco


A universidade americana Harvard dedicou o simpósio “Afrodescendentes no Brasil: conquistas, desafios do presente e perspectivas para o futuro”, realizado entre os dias 26 e 27 de abril na cidade de Cambridge (Massachusetts), à memória de Marielle Franco. Na noite do dia 14 de março, a vereadora do PSOL e seu motorista Anderson Pedro Gomes foram abordados por um grupo de homens armados no Rio de Janeiro (RJ) e executados com 13 tiros.
A parlamentar iria participar como palestrante no evento, falando sobre sua trajetória política junto aos movimentos populares, em defesa das pautas feministas e de promoção das juventudes das periferias e das populações negras. Desde 2008, Marielle se tornou alvo do crime organizado por causa do seu trabalho ao lado do seu companheiro do PSOL e deputado estadual Marcelo Freixo durante a CPI das milícias que atuam na capital carioca.

“É uma tragédia em todos os sentidos”, disse o co-organizador do simpósio Sidney Chalhoub. “A morte de Marielle é um atraso para a luta dos afrodescendentes brasileiros por uma sociedade mais justa”, afirmou o pesquisador associado do Cecult e professor do departamento de História da Universidade Harvard.



sexta-feira, 13 de abril de 2018

IPHAN disponibiliza centenas de títulos sobre arquitetura, arte e patrimônio

O portal do Instituto do Patrimônio Artístico e Nacional (IPHAN) disponibiliza mais de 250 publicações sobre arquitetura, arte e patrimônio para download. Os artigos abordam patrimônio histórico, grandes obras de intervenção, política patrimonial, folclore e cultura popular, entre outros temas.
As buscas podem ser feitas em http://portal.iphan.gov.br/publicacoes/
Boa leitura!

sexta-feira, 23 de março de 2018

Leitura e interpretação do mundo: aprendizado e domínio da língua



“A rixa entre a fala espontânea e o uso normativo é tema recorrente na imprensa especializada em gramática e em educação. Quem trabalha com a língua portuguesa na escola e na universidade escuta com frequência comentários do tipo ‘o brasileiro não sabe falar português’, ‘os jovens não sabem falar corretamente’ e ‘a internet está matando a nossa língua’. Esse julgamento autocondenatório é constante em nosso imaginário sobre o uso que fazemos do idioma nacional. Há, porém, um ponto nevrálgico sobre linguagem e ensino sobre o qual não se fala muito e que merece mais atenção. Refiro-me à aquisição da língua materna, aos estudos sobre como as crianças aprendem a falar sua língua materna.

O tema merece reflexão e adianto que, diante do quadro simbólico e urbano do Brasil atual, as coisas não vão lá muito bem. Na minha opinião, a restrição comunicativa que ocorre no cotidiano de parte significativa das famílias brasileiras pode limitar a prática comunicativa infantil, dificultando a sua destreza linguística, o seu amadurecimento e o seu futuro desempenho escolar.

ESTÍMULO Antes de explicar o porquê dessa afirmação controversa, deixem-me falar um pouco sobre duas formas de entender como as crianças aprendem a língua materna. São duas visões opostas. Uma se chama gerativismo, a outra, interacionismo.  

O gerativismo é a linha teórica proposta por Noam Chomsky. Ela sustenta que as crianças nascem com dispositivos mentais prontos a serem ativados. É como se nascessem com um ‘órgão mental’ responsável pela linguagem pronto para funcionar. Quando escutam palavras e frases, mesmo se forem poucas e incompletas, as crianças ativam essa “gramática mental” e começam a gerar linguagem. Bastam assim alguns estímulos para ter início a produção de frases até então nunca ditas ou escutadas. Esse argumento é conhecido como ‘argumento da pobreza de estímulo’. É a premissa inatista que explica porque as crianças, mesmo muito novas, compreendem e produzem frases complexas. O gerativismo é uma proposta bem interessante. Tem muitos méritos. Entre eles, o gerativismo propõe novas perguntas sobre a linguagem e sua relação com a nossa mente.

Mas não convence a todos. Tem suas imperfeições. O gerativismo não considera a história comunicativa (e linguística) de cada criança. Não levar isso em conta é uma lacuna que carece ser preenchida.

Tem uma outra maneira de compreender como as crianças aprendem a falar que se chama interacionismo. Seus autores falam que o desenvolvimento do uso linguístico ocorre em etapas. Elas estão relacionadas com a idade das crianças, com o seu corpo, com o desenvolvimento de seu cérebro e com as conversas que têm com os adultos, especialmente com seus pais – com a história de cada um. A ideia é: a gente aprende a falar com as pessoas adultas com as quais a gente interage.

Michael Tomasello é um dos defensores dessa proposta. Em seus artigos sobre o tema, ele ecoa o conceito de ‘atenção compartilhada’ formulado por Jerome Bruner nos anos 1970. Os dois dizem que a gente amadurece o uso da nossa língua materna durante os diálogos que temos com nossos pais. A habilidade linguística infantil é muito influenciada pela fala dos adultos com quem as crianças interagem. Elas têm ‘vontade de fazer igual à pessoa de referência’, relata Aliyah Morgenstern, especialista em linguagem infantil.” (continua)


terça-feira, 13 de março de 2018

Trabalho escravo segue praticamente sem punição em Minas Gerais


“Na novela O outro lado do paraíso, da Rede Globo, a personagem Sophia, interpretada por Marieta Severo, mantinha os trabalhadores de uma mina de esmeraldas em condições de trabalho análogas às de escravo, o que terminou por lhe render a prisão, ainda que por pouco tempo. Em diversas localidades do território brasileiro, as condições de trabalho retratadas na ficção são de fato uma resiliente realidade – assim como a impunidade dos criminosos.

Só em 2016, quase 900 trabalhadores foram resgatados no Brasil em condições de trabalho análogas às de escravo. ‘Minas Gerais foi o estado recordista, onde as equipes de fiscalização identificaram 328 trabalhadores em situação semelhante à de escravos’, escrevem os professores da Faculdade de Direito Carlos Haddad e Lívia Miraglia na introdução do livro Trabalho escravo: entre os achados da fiscalização e as respostas judiciais, que acaba de chegar às livrarias.

Disponível nas versões impressa e digital, o volume reúne resultados de investigações realizadas pela Clínica de Trabalho Escravo e Tráfico de Pessoas da Faculdade de Direito da UFMG, que presta assistência jurídica integral e gratuita a vítimas desses crimes. Haddad e Miraglia dirigem a clínica. Os pesquisadores criaram no Google um mapa com os locais de Minas Gerais em que auditores fiscais do trabalho constataram, de 2004 a 2017, a ocorrência de trabalho análogo ao de escravo.

 
Na obra, cuja produção contou com a colaboração dos pesquisadores Lucas Fernandes Monteiro, Marcela Rage Pereira e Marina de Araújo Bueno, os especialistas investigam as articulações entre as principais instituições responsáveis por lidar com o trabalho escravo no país – como o Ministério do Trabalho, a Polícia Federal, o Ministério Público do Trabalho, o Ministério Público Federal, a Justiça do Trabalho e a Justiça Federal –, no sentido de se indicar quais trâmites – da origem ao último ato do processo trabalhista ou penal – as notícias-crimes enfrentam.
Com foco nesses percursos, os autores investigam o abismo existente entre o número de denúncias que chegam a essas instituições e o de julgamentos que de fato ocorrem, assim como a lentidão da tramitação desses processos judiciais. ‘A morosidade, fator que prejudica a efetividade da prestação jurisdicional, é problema antigo, mas que não tem suas causas investigadas a fundo, o que contribui para a perpetuação do problema’, explicam. Na obra, Haddad e Miraglia analisam ainda o conteúdo dos relatórios elaborados por auditores fiscais do trabalho de 2004 a 2017, buscando compreender a evolução do conceito de ‘trabalho escravo’ no país, as formas de manifestação do fenômeno e os tipos de atividade em que mais se constatou sua ocorrência.”

quinta-feira, 8 de março de 2018

Artista cria série de ilustrações para mostrar que coisa de mulher é o que ela quiser


“O nome não poderia ser mais sugestivo. 'Coisa de Mulher' é a série de ilustrações de nomes femininos que fizeram parte da história mundial. Tudo isso para provar que o famoso 'coisa de mulherzinha' já era!

A ilustradora feminista Raquel Vitorelo achou um jeito lindo de quebrar padrões de gênero a partir do seu trabalho. Nele ela retrata rostos e feitos de grandes mulheres e os desenha de um jeito único característico, seguindo uma série de cores e formas bem trabalhadas para compor uma série.

Nomes brasileiros como Marta, Cássia Eller e Clarice Lispector também estão na lista com cerca de 30 imagens – um bom número que torna legal a experiência de você descobrir e redescobrir grandes feitos realizados por elas.

‘A intenção é mostrar que as mulheres sempre foram ativas na história e que são presentes nas mais diferentes áreas. Ao colocar essa série na internet, divulga-se para todos o que seria verdadeiramente coisa de mulher, termo que não deveria ter carga tão pejorativa’, conta Raquel.’”

Veja a série completa no link fotos da página de Raquel Vitorelo em https://www.facebook.com/rvitorelo/