Em que se contam as
injustiças e violências que Fanfarrão executou
por causa de uma cadeia, a
que deu princípio.
Que triste, Doroteu, se
pôs a tarde!
Assopra o vento sul, e
densa nuvem
Os horizontes cobre; a
grossa chuva,
Caindo das biqueiras dos
telhados
Forma regatos, que os
portais inundam.
Rompem os ares colubrinas
fachas
De fogo devorante e ao
longe soa,
De compridos trovões, o
baixo estrondo.
Agora, Doroteu, ninguém
passeia,
Todos em casa estão, e
todos buscam
Divertir a tristeza, que
nos peitos
Infunde a tarde, mais que
a noite feia.
O velho Altimidonte,
certamente,
Tem postas nos narizes as
cangalhas
E revolvendo os grandes,
grossos livros,
C’os dedos inda sujos de
tabaco,
Ajunta ao mau processo
muitas folhas
De vãs autoridades
carregadas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário