"Uma tecnologia de desinfecção do ar foi recentemente desenvolvida por pesquisadores de sete áreas da UFMG. O professor Alexandre Leão, da Escola de Belas Artes da UFMG, que é engenheiro mecânico e trabalha com imagem multiespectral na área de Fotografia e Cinema, participou do projeto. No ano passado, ao ter acesso a um documento sobre a eficiência da lâmpada de UV-C para desinfecção do ar, ele teve a ideia de criar um dispositivo com essa tecnologia para combater o coronavírus. 'Comecei a conversar com outros pesquisadores e percebi a necessidade de envolver cientistas de múltiplas áreas para garantir a construção de um equipamento seguro e eficiente', relata.
Hoje, o grupo é formado por profissionais de áreas como biologia, engenharia, física, conservação preventiva de bens culturais e imagem científica. A pesquisa recebe financiamento da Pró-reitoria de Pesquisa (PRPq) e é gerida pela Fundep.
O dispositivo desenvolvido pelos cientistas é parecido com um ventilador torre, e seu funcionamento é de fácil compreensão. Ele aspira o ar do ambiente contaminado e joga os microrganismos para sua parte interna, onde eles são expostos à radiação da lâmpada UV-C, o que provoca danos em seus DNA e RNA. O protótipo foi testado em ambiente fechado de 25 metros quadrados e inativou 95% dos microrganismos presentes no ar após 24 horas.
A tecnologia foi desenvolvida para a desinfecção do ar em ambientes fechados e pequenos. Segundo o professor, profissionais de saúde já vislumbram seu uso em hospitais e laboratórios para o combate a vírus, bactérias e fungos, entre outros microrganismos. A Universidade já negocia com uma empresa a cessão da patente para o início da produção do dispositivo.
Alexandre Leão faz questão de ressaltar que, desde o início, o objetivo da pesquisa é oferecer à sociedade uma solução eficiente e de baixo custo. Por isso, a UFMG concederá acesso gratuito à patente para instituições públicas. De empresas privadas serão cobrados royalties (compensações) simbólicos, e elas ficarão isentas de taxa de acesso.
O projeto será apresentado em um dos principais eventos internacionais de divulgação científica, o Pint of science, que tem o objetivo de popularizar a ciência por meio do encontro descontraído entre pesquisadores e população. Neste ano, o festival será de 17 a 19 de maio. Em Belo Horizonte, o evento é realizado pela Fundação de Desenvolvimento da Pesquisa (Fundep), pelo Museu das Minas e do Metal (MM Gerdau) e pela Fundação Ezequiel Dias (Funed)."
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