Lá na úmida senzala,
Sentado na estreita sala,
Junto ao braseiro, no
chão,
Entoa o escravo o seu
canto,
E ao cantar correm-lhe em
pranto
Saudades do seu torrão...
De um lado, uma negra
escrava
Os olhos no filho crava,
Que tem no colo a
embalar...
E à meia voz lá responde
Ao canto, e o filhinho
esconde,
Talvez pra não o escutar!
“Minha terra é lá bem
longe,
Das bandas de onde o sol
vem;
Esta terra é mais bonita,
Mas à outra eu quero bem!
Castro Alves
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