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quarta-feira, 15 de maio de 2013

Estudo da Faculdade de Medicina da UFMG vê melhora no sistema de registro de acidentes e doenças no trabalho


Entre 2007 e 2011, o polo industrial de Betim, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, registrou mais de dois mil casos de doenças e agravos relacionados à saúde do trabalhador. Desse total, 45,6% das ocorrências foram de acidentes graves, 26,2% de Lesão por Esforços Repetitivos e Doença Osteomuscular Relacionada ao Trabalho (LER/Dort), e 14,6% de acidentes com exposição a material biológico. 

A lista inclui ainda intoxicações, doenças de pele, perda auditiva provocada por ruído, transtornos mentais, doenças causadas pela inalação de poeiras e câncer, que somam 13,5%. O que chamou mais atenção, no entanto, foi o crescimento abrupto dos casos no período. Para se ter uma ideia, enquanto em 2007 foram registrados 68 agravos, em 2011 esse número chegou a 1.134 casos.

Os dados foram registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). A qualidade das informações transmitidas pelo sistema local de vigilância epidemiológica em saúde do trabalhador foi objeto de análise de dissertação de mestrado defendida pela terapeuta ocupacional Juliane Kate Alvares na Faculdade de Medicina da UFMG.

Se, por um lado, o salto na quantidade de casos aparenta um fator de preocupação, por outro, na avaliação da autora do estudo, revela melhoria na capacidade de identificação dos agravos e do preenchimento das fichas de notificação usadas para o abastecimento de dados do Sinan. A pesquisa mostra que o preenchimento dos campos obrigatórios dessas fichas teve índices elevados, superiores a 87%, enquanto o número de registros duplicados e de informações inconsistentes foi pequeno (0,6% e 7%,respectivamente).

Os resultados surpreenderam a pesquisadora. “Esperávamos uma realidade diferente, que necessitasse de um trabalho de sensibilização e capacitação para funcionar adequadamente” afirma. Mas a avaliação da utilização do sistema foi positiva. “Em Betim são preenchidos campos que em nível estadual e nacional apresentam preenchimento precário, ao mesmo tempo em que dados incoerentes apresentam baixos índices”, compara Juliane.
(..)

Fonte: UFMG

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