O caminhão itinerante do Festival de Inverno da
UFMG, instalado na segunda-feira no bairro da Palha, periferia de Diamantina,
trouxe à população local e demais envolvidos no evento um pouco da cultura e do
pensamento dos Guarani-Kaiowa, comunidade indígena que vive no Mato Grosso do
Sul.
A chicha, bebida típica da etnia, feita com
mandioca, batata doce e milho, foi servida a todos por integrantes da
Associação Mulheres Reais, como parte
da atividade Comidaria Comum.
Os membros da tribo envolveram o público com suas
danças e rezas e ainda falaram sobre o processo de luta política pela
demarcação de reservas indígenas no Centro-oeste brasileiro. Também foi exibido
o filme Martírio, do cineasta francês Vincent Carelli, que aborda o
conflito.
Descaso
dos governantes
Para o índio Argemiro Freitas, que é professor na
aldeia, impera a falta de compromisso do poder público com os interesses
indígenas. “A presidente Dilma, que a gente colocou no poder, não está focada
na nossa causa. Como é possível vivermos em uma pátria tão imensa e não termos
terra para os índios?”. Ele destacou que a maioria dos Guarani-Kaiowa, no Mato
Grosso do Sul, vive em condições precárias. “Isso é culpa do poder público”,
disse.
Citou o desrespeito também na oferta de serviços
sociais básicos às comunidades indígenas, como boas escolas e postos de saúde.
“Durante muito tempo, a maioria das nossas crianças morria de desnutrição,
assim como os idosos”.
Argemiro Freitas relatou que o conflito entre sua
tribo, políticos e industriais locais pelas terras existe desde 1998: “Há um
tempo atrás, o ministro da justiça ia determinar a demarcação do nosso
território, mas os agropecuários e donos de usinas, que são poderosos, barraram
mais uma vez o processo”;.
(...)
Fonte: UFMG
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